terça-feira, 20 de maio de 2014

Projeto de Artes

Boa tarde, pessoal.

Achei este projeto muito interessante.

Ateliê na sala de aula

Objetivo 
Criar um ambiente adequado para o trabalho de arte visual.
 

Anos
1º ao 3º. 

Tempo estimado
O ano todo. 

Material necessário 
Tintas, papéis, pincéis, sucatas, um carrinho e caixas.

 Desenvolvimento 
1ª etapa
Comece pensando nas possibilidades de reorganização do espaço para a aula de Arte, considerando o uso de carteiras e paredes. Explore também outras áreas, lembrando que é possível desenhar na areia, pintar sobre ladrilhos, riscar o cimento com giz e compor desenhos no chão com as folhas caídas de uma árvore.
 

2ª etapa 
Utilize um carrinho para transportar tudo de uma sala para outra. Pode ser um carrinho de supermercado adaptado ou, ainda, uma caixa com rodinhas.
 

3ª etapa
Para evitar que a aula deixe "rastros", tenha à mão panos e jornais. Combine, ainda, que todos usem uma camiseta velha ou um avental na aula.
 

4ª etapa
Ajude os alunos a se familiarizar com o ateliê, ordenando os materiais por tipo (lápis e canetinhas de um lado, papéis de outro). Para incentivá-los a compartilhar, forneça copos descartáveis para dividir a tinta.
 

5ª etapa
Providencie um espaço para a apreciação montando uma grande bancada com mesas ou um varal para expor trabalhos.
 

6ª etapa
Pergunte o que é preciso fazer para que tudo fique arrumado e limpo no fim: lavar pincéis, jogar jornais sujos fora, guardar a tinta que sobrou, reorganizar carteiras, pendurar trabalhos prontos etc. Organize grupos e responsabilize cada um pela realização de uma dessas tarefas.
 

Avaliação 
Avalie como os alunos lidam com a nova organização da sala e os materiais, verificando se devolvem tudo ao lugar e limpam os instrumentos adequadamente. Se nem todos tiverem finalizado suas produções, guarde-as para que possam continuá-las na próxima aula de ateliê.

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/arte/pratica-pedagogica/atelie-sala-aula-431957.shtml

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Feira de Ciências

Tem o propósito de incentivar os alunos a transmitir seus inventos, e não ficam mais atrás de uma maquete, só repetindo informações tiradas de livros didáticos.
Pois os temas explorados vão trazer avanços significativos, os trabalhos podem ser simples porém bem criativos que farão todas as diferenças para os alunos. 
  
Organizando uma Feira de Ciências

Para organizar uma Feira de Ciências é fundamental ter senso de equipe, organização, empenho e muita disposição!
Para os alunos fica a tarefa mais gotosa e desafiadora: desenvolver projetos inovadores a partir de conteúdos já estudados em sala de aula.
É preciso que seguimos a proposta pedagógica:
·        Tema: deve ser algo desafiador, que desperte a curiosidade de aprender mais.
·        Método cientifico: Fazer com que os alunos aprendam mais sobre um determinado assunto, o desenvolvimento da experiência deve ajudar a observar, perguntar, formular hipóteses, experimentar, deduzir e chegar a conclusões;
·        Materiais: Fazer uma lista de matérias que deverão ser utilizados para fazer a experiência, do tema escolhido.
·        Tempo: Organizar bem um tempo para fazer essa atividade sem deixar de lado as outras atividades escolares.
·        Anotações: Sempre fazer anotações de tudo á medida que irão desenvolvendo suas atividades sempre surgirá ideias a todos os momentos.

Um laboratório de Ciências é um ambiente da escola com materiais e organização especifica que viabiliza a realização de experimentos científicos. É um espaço educativo que faz a ligação entre a teoria e a pratica dos conteúdos escolares.

Fonte:

/ciencias/pratica-pedagogica/planeta-agua-623275.shtml

Historinhas

Mais algumas histórias,





Fonte: http://tatiana-alfabetizacao.blogspot.com.br/search/label/Leitura

Textos

Olá,
Achei estes textos interessantes para usar em sala de aula.






Fonte: http://tatiana-alfabetizacao.blogspot.com.br/search/label/Leitura

Video

Olá, 
Este vídeo é a historinha dos três porquinho.


Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=Eo4MSBm113g

domingo, 18 de maio de 2014

Vídeo

Olá pessoal, achei este vídeo muito interessante para auxiliar em uma aula de Ciências.


Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=F7ZXXpx_EM0

Video

Este vídeo é para auxiliar o professor em uma aula realizada fora da sala.


Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=Ga2Mi2uBBLk

Aula fora


Atividade para realizar fora da sala


NA AREIA
Na Escola Viva, em São Paulo, a atividade no tanque ganha objetos para o faz-de-conta, como os bonecos de dinossauros, sucesso de crítica entre as crianças


MUNDO ANIMAL
Saber cuidar dos bichos enriquece a vivência e amplia o contato com a natureza


NOVAS EXPERIÊNCIAS
A adaptação de materiais que em geral ficam dentro da sala amplia as possibilidades do faz-de-conta. Na foto, caixas de madeira viram vagões de um trenzinho.


NO PÁTIO
Na CMEI Boqueirão, em Curitiba, a pintura de azulejos trabalha a capacidade de expressão


NO JARDIM
A horta no parque é uma boa opção para ampliar o contato com a natureza


PIQUENIQUE
O piquenique é um momento em que o convívio social ganha importância, além de ser uma excelente maneira de observar mais de perto a natureza


NA ÁGUA
Ao brincar com água, baldes e outros utensílios introduzem um novo ingrediente às brincadeiras da turma

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/0-a-3-anos/titulo-fotos-423251.shtml

sábado, 17 de maio de 2014

Projeto Sarau

PLANO DE AÇÃO
SARAU NA ESCOLA

PROPOSTA DE AÇÃO
Realizar saraus periódicos na escola como estratégia para atrair as famílias, valorizando os talentos culturais presentes na comunidade.
 CONTEXTUALIZAÇÃO
Sarau é um evento cultural onde as pessoas se encontram para se expressarem ou se manifestarem artisticamente. A palavra tem origem no termo latino serus (relativo ao entardecer), porque acontecia, em geral, no fim do dia. Pode envolver dança, poesia, círculos de leitura, seção de filme, música, bate-papo filosófico, pintura, teatro etc. Muito comuns no século XIX, os saraus vêm sendo resgatados e reinventados pelas escolas como uma maneira de fortalecer a identidade da comunidade escolar, promovendo a integração de todos de forma descontraída, criativa e mais envolvente do que a tradicional reunião de pais.
É um momento para a soma conhecimentos, descobertas e vivências coletivas. Ao promover esses encontros, a Unidade Escolar ultrapassa seus muros e se fortalece como um pólo cultural da localidade. As famílias passam a se reconhecer na escola, o que acaba por ter um impacto muito positivo no envolvimento delas com os estudos dos filhos.
Além disso, o sarau é também um momento de tomada de consciência, pois a cultura desperta asensibilidade das pessoas para a realidade à sua volta e as estimula a refletir sobre ela a partir de outras linguagens.
COMO EXECUTAR
 Marcar uma reunião para compartilhar a ideia com a  direção da escola, o grupo de professores e o Conselho Escolar (caso exista). Se  for bem recebida, formar uma Comissão Organizadora.
A Comissão Organizadora deve então preparar uma reunião de planejamento, na qual devem ser definidos os objetivos e as características do evento, o horário, as tarefas necessárias à sua realização e os responsáveis por cada uma delas. Os saraus podem acontecer bimestralmente, sempre com um tema diferente que reflita os desejos e a realidade local.
Mapear os grupos e artistas locais e convidá-los a participar.
Levantar os equipamentos necessários para a realização das atividades e procurar parceiros que possam emprestá-los.
Planejar a ambientação da escola segundo o tema de cada sarau. A decoração pode ser feita pelos alunos, como trabalho de sala de aula.
Criar estratégias de mobilização da comunidade, como convites para enviar às famílias e cartazes para espalhar pela escola e em outros pontos do bairro. Um grupo de alunos pode criar um “convite falado” e apresentá-lo na saída das aulas.   Convidar os funcionários da Unidade de Negócio e o grupo de agentes-chave para que também possa compartilhar conhecimentos e vivências com os alunos, participando ativamente das atividades.

QUEM PODE EXECUTAR
Mobilizadores, agentes-chave, professores, alunos e representantes do Conselho de Escola.
 DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE
Obs: a atividade pode ser adaptada conforme a realidade local e os conhecimentos prévios do mobilizador sobre o assunto.
As atividades do sarau devem ser planejadas de acordo com os interesses e talentos locais.
Apresentamos algumas sugestões:
1. Mesa de livros
Selecionar livros da biblioteca da escola (e outros doados/emprestados por parceiros) e espalhá-los sobre uma mesa grande. Os convidados sentam em  volta e ficam livres para folheá-los, copiar trechos ou ler alto para o grupo. A única regra é que os livros não saiam da mesa.
Algumas sugestões de autores: Cecília Meireles, Cora Coralina, Vinícius de Moraes, Eva Furnari, Tatiana Belinky, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mário Quintana, entre outros.
2. Exposição de artistas locais
Os artistas locais são convidados a se expressarem, nas suas diferentes linguagens, sobre o tema do sarau. Os trabalhos ficam expostos no pátio da escola.
 3. Recital de poesia
Os participantes podem se inscrever para declamar poemas (de sua autoria ou não). Para esta atividade, é interessante que alguns professores proponham oficinas de criação de poesias previamente, em sala de aula.
4. Quintal de brincadeiras
Convidar membros da comunidade a organizar um espaço onde possam ensinar para as crianças brincadeiras de sua época. Outra ideia é criar um “cantinho mágico”, onde podem acontecer oficinas de construção de brinquedos com sucata.
5. Momento de liberdade poética e musical
Espaço aberto para que qualquer pessoa possa apresentar algo que tenha interesse em apresentar na hora.
6. Exposição de arte
Murais onde podem ficar expostos desenhos, pinturas e outros trabalhos de arte visual feitos pelos alunos em sala de aula.
7. Oficina de cordel
Há algum cordelista no bairro? Convide-o a fazer uma oficina de criação de cordéis, que depois podem ficar expostos num varal.
8. Roda de contação de histórias
Professores, funcionários, pais ou mesmo alunos mais velhos podem conduzir esta atividade, voltada para as crianças. Sentadas em roda, elas ouvem a história contada pelo adulto e devem continuá-la, imaginando novos rumos para a trama. Em seguida, elas podem criar livros ilustrando a história. Para isso basta entregar folhas de sulfite dobradas ao meio e giz de cera. Eles podem ser finalizados grampeando ou amarrando um barbante na lombada.
9. Seção de cinema
Reservar uma das salas da aula (ou a própria sala de vídeo da escola, caso exista) para passar filmes que tenham relação com o tema do sarau. Ao final de cada seção, promover uma discussão sobre o assunto.
10.  Memória viva
Rodas de conversa com moradores antigos do bairro, na qual os estudantes podem entrevistá-los sobre sua infância, seus tempos de escola, suas formas de diversão etc.
11. Apresentações musicais
Convidar grupos locais a se apresentarem. Estipular um tempo ou número de músicas para cada um, orientando-os a se inspirarem no tema do sarau.
12. Oficina de artesanato
Membros da comunidade podem ensinar a fazer pequenos objetos de artesanato, de acordo com suas habilidades manuais.
13. Brincando com poemas
Criar uma série de desafios com a escrita a partir  de poemas conhecidos. Alguns exemplos: completar lacunas com as palavras que estiverem faltando, entregar versos separados em pequenos pedaços de papel e pedir que o grupo junte-os para formar poesias, criação de rimas etc. Um grupo de professores pode ficar responsável por organizar esta oficina.

14. Teatro
Convidar grupos de teatro da escola ou comunidade local a montarem peças ou esquetes inspirados no tema do sarau.
RECOMENDAÇÕES  
Em cada sarau, deixar uma caixa de sugestões em local visível para que os convidados possam sugerir temas para o próximo encontro.
Durante toda a organização do evento, é importante  incentivar o trabalho em equipe, a auto-organização, a criatividade e a improvisação, além de trabalhar valores como cooperação, ética e solidariedade. O processo é muitas vezes tão importante quanto o produto final.
O registro dos saraus pode ser feito pelos próprios alunos. Alguns podem tirar fotos, outros podem desenhar ou escrever relatos. Esse registro pode ser compartilhado em murais expostos na escola.
As famílias podem ficar responsáveis por organizar  a área de comida, montando barracas de lanches e comidas típicas. O dinheiro arrecadado pode ser usado para fazer um caixa para o próximo sarau. 
Além de ser um momento de descontração e resgate permanente da cultura popular, o sarau é também uma oportunidade de conhecer melhor o universo dos estudantes. Não perca a chance de usar isso como base para enriquecer o currículo da escola.
O sarau ganha mais significado se fizer parte do planejamento anual da escola e estiver integrado com as atividades de sala de aula.
O excesso de atividades pode complicar a organização do evento. Sempre que possível, promova a autogestão, deixando que os responsáveis  por cada oficina organizem o espaço e providenciem o material necessário.
O sarau é uma oportunidade de fazer as famílias circularem pela escola. Por isso, procure espalhar as atividades pelos diferentes espaços: biblioteca, salas de aula, sala de leitura, quadra, sala de vídeo e outros locais normalmente esquecidos.
 O que garante o sucesso de um sarau é a participação efetiva dos convidados. Os coordenadores de atividades devem estar sempre atentos para motivar os mais tímidos.
Fazer o registro da atividade e encaminhar o material (com fotografias) para ser publicado no Blog Educação.
Divulgar a atividade internamente na Unidade de Negócios, convidando os demais funcionários para prestigiar a escola.
 OBSERVAÇÃO
A atividade aqui apresentada foi elaborada pelo Instituto Paulo Freire.
Fonte: http://www.blogeducacao.org.br/wp-content/uploads/2011/02/Plano-Sarau-na-Escola.pdf
http://marypiracty.blogspot.com.br/2012/06/projeto-sarau.html

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Mensagens

Fonte: http://eltecnologias.blogspot.com.br/2013/03/uma-breve-biografia-de-jean-piaget.html

Mensagens



Fonte: http://www.esoterikha.com/coaching-pnl/frases-para-professor-frases-para-educadores-pensamentos-e-citacoes-professores.php

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Entrevista

Isabel Frade fala sobre alfabetização na idade certa e formação de professores


Professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (FaE/UFMG), pesquisadora do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (Ceale) e coordenadora geral do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic) naquela instituição, Isabel Cristina Alves da Silva Frade dedica-se especialmente a educação e linguagem. É autora de materiais para a formação inicial e continuada de professores da Rede Nacional de Formação Continuada do Ministério da Educação (MEC), para o projeto Veredas – Formação Superior de Professores (iniciativa da Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais), e para a Universidade Aberta do Brasil (UAB/UFMG).

Nesta entrevista, Isabel Frade comenta os avanços e desafios da política educacional implantada em 2012, que tem como principal objetivo "garantir que todas as crianças brasileiras de até oito anos sejam alfabetizadas plenamente". A professora enfatiza a importância de articular as três vertentes do Pacto (avaliação, formação dos professores e material didático), mas atenta para a importância de ''haver continuidade na formação e avaliação, e não um abandono após esse processo''. 
Plataforma do Letramento: Qual é o diferencial do Pnaic em relação a outras políticas de formação de alfabetizadores?
Isabel Frade: O Pnaic é uma política de continuidade do governo brasileiro voltada à formação dos educadores, que começou com o Programa de Formação de Professores Alfabetizadores (Profa), criado pelo MEC em 2001, com a proposta de orientar as ações educativas de alfabetização na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Depois, veio o Pró-Letramento – Mobilização pela Qualidade da Educação, iniciado em 2005. Agora, temos o fortalecimento dessas políticas com o Pnaic, ou seja, a continuidade e a evolução desse processo, e não uma ruptura. A diferença é que essa é uma política educacional mais aprofundada, pois reúne três vertentes indispensáveis para o seu êxito: o processo de formação, o de avaliação e a disponibilização de materiais didáticos nas escolas para uso do educador e do aluno.


PL: Há resultados recentes em relação ao processo de formação dos educadores?
IF: 
É necessário tempo adequado para se obterem resultados concretos. O processo de formação é apenas o começo, que levará cada localidade a discutir as suas demandas e especificidades educacionais.


PL: Como o Pacto pode ajudar a educação brasileira a diminuir os índices de analfabetismo funcional, que ainda são altos no país?
IF: A formação de uma rede de reflexão permanente após os cursos de formação é imprescindível. Um curso que dura dois anos não resolve todos os problemas. Deve haver continuidade na formação e avaliação, e não um abandono após esse processo.


PL: Quais são os benefícios para os educadores brasileiros?
IF: Os benefícios são inúmeros, como a implementação de um repertório comum aos educadores brasileiros, a universalização dessa formação e, principalmente, a articulação das três vertentes do Pacto (avaliação, formação e material didático).


PL: Como incentivar os educadores nessa empreitada?
IF: Devemos fomentar o protagonismo nos educadores; eles não devem esperar soluções prontas, mas sim buscar iniciativas para a concretização de suas metas e expectativas. Além disso, devem se articular em grupos independentes, com a sociedade, para criar e desenvolver novas ideias, novos cenários, que fortaleçam a importância da alfabetização na idade certa.


Reportagem

Alfabetização

Garantir que as crianças aprendam a ler e escrever assim que entram na escola é o seu grande desafio, professor alfabetizador. Para contribuir com o sucesso do seu trabalho, reunimos mais de 90 links com reportagens, entrevistas, vídeos e planos de aula sobre o processo de aquisição da língua escrita. Boa leitura e ótimas aulas!



 O NOME PRÓPRIO NA ALFABETIZAÇÃO


 

Um especial sobre o primeiro passo para ensinar a ler e escrever

Por que alfabetizar com nome próprio?

A importância de trabalhar com o nome para dar início às reflexões sobre o sistema de escrita na Educação Infantil

Maria. João. Antônio. Cecília. Fernanda. Imagine se não tivéssemos um nome. No meio de milhões de outras pessoas, como seríamos diferenciados? A importância dessa palavra levou muitos linguistas e antropólogos a acreditar que a escrita foi fonetizada por causa dos nomes próprios, uma vez que os pictogramas não davam conta de codificá-los e registrar a diversidade de indivíduos. Atualmente, é difícil conceber uma sociedade que não utiliza o nome próprio para registrar a diferença – e, por conseguinte, a identidade – de cada membro.
Diante disso, como pensar, então, numa forma mais significativa para dar início à alfabetização escolar?
Foram as descobertas sobre a origem e o desenvolvimento da escrita, conhecidos como psicogênese (leia mais sobre a Psicogênese da Língua Escrita, de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, abaixo), que evidenciaram os processos de aprendizado das crianças e questionaram os métodos tradicionais de alfabetização, baseados na cópia de famílias silábicas. Com base nos estudos da pesquisadora argentina, a criança se tornou protagonista da própria aprendizagem. Desafiada pelas atividades e pelas intervenções do professor, a criança investiga, testa ideias, repensa, corrige. Aos poucos, se apropria do sistema de escrita.
Na etapa inicial de alfabetização, o papel do professor é ampliar, de maneira significativa, a inserção das crianças no universo da escrita, com o qual elas já têm contato por meio de, por exemplo, cartazes que veem na rua, da televisão e das listas de compras que seus pais fazem. “Não podemos dizer que se inicia o trabalho com nomes na Educação Infantil, mas que se dá continuidade a esse processo de alfabetização, que já estava acontecendo no ambiente familiar, de forma mais intencional e sistemática”, explica Andréa Luize, coordenadora do Núcleo de Práticas de Linguagem da Escola da Vila, em São Paulo. E nada melhor que uma palavra estável – não importa onde a criança veja seu nome, ele sempre estará escrito do mesmo jeito – para começar esse trabalho.
As crianças, aliás, intuem a importância do nome mesmo sem saber escrever. A psicolinguista Ana Teberosky, no livro Psicopedagogia da Linguagem Escrita, destaca a precoce tendência infantil a marcar suas produções, ainda que em forma de garatuja. Quando chegam à escola, essas crianças passam a dividir o espaço com muitos outros pequenos. Por isso, percebem que o nome delas adquire muito sentido quando identificam seus objetos pessoais, como mochilas e lancheiras. “Socialmente, a escrita do nome ganha relevância”, diz Andréa Luize.

Do nome próprio à compreensão do sistema alfabético de escrita

Na realidade da sala de aula, como utilizar essa palavra cheia de sentido? Beatriz Gouveia, coordenadora de projetos do Instituto Avisa Lá e professora da pós-graduação em Alfabetização do Instituto Superior Vera Cruz, diz que o trabalho com os nomes próprios deve ter objetivos de aprendizagem diferentes, de acordo com a faixa etária dos alunos. “Nas turmas de 2 e 3 anos, por exemplo, a preocupação é fazer com que a criança reflita sobre as marcações dos pertences e sobre a sua identidade”, explica. Assim, ela se enxerga como um ser distinto dos outros que a rodeiam.
Já nas turmas de 4 e 5 anos, o nome passa a ser um contexto para a reflexão sobre o próprio sistema de escrita. À medida que vão se apropriando do sistema e percebendo suas regularidades, como quantidade e disposição das letras e combinação dos sons, os pequenos passam a utilizar esses conhecimentos adquiridos para descobrir e escrever novas palavras. “O nome próprio será um referencial importantíssimo para a leitura e escrita de outros textos e é o professor que propõe às crianças recorrer a essas fontes de informação para que resolvam um problema”, diz Diana Grunfeld, especialista em didática da alfabetização e membro da equipe de coordenação da Rede Latino-americana de Alfabetização.
Nos próximos dois blocos deste especial, você encontrará propostas de atividades e de intervenções que permitem às crianças avançarem em seus conhecimentos sobre a escrita.

As principais referências sobre o aprendizado da língua escrita

O trabalho com nome próprio na sala de aula já virou objeto de muitas pesquisas. No entanto, alguns estudos se tornaram referência para quem quer entender como se dá o processo de aquisição da língua escrita pelas crianças e qual o papel do professor nesse caminho. Abaixo, separamos três textos que podem contribuir muito para sua formação como professor alfabetizador. Clique na capa das obras para saber mais.

http://revistaescola.abril.com.br/nome-proprio/ Acesso em 15 de Maio de 2014.

Como trabalhar com projetos didáticos na alfabetização

 

Para ensinar a ler e escrever, é preciso elaborar projetos didáticos que realmente estimulem os alunos a refletir sobre a escrita e a leitura.

 

Produtos finais belíssimos necessariamente não sinalizam projetos escolares bem-sucedidos. Mais do que ficar contentes e orgulhosas do que fizeram, as crianças têm de alcançar os objetivos traçados pelo educador. Ele, por sua vez, tem de saber defini-los com clareza, priorizando a aprendizagem de todos e não só uma boa apresentação para a família e a comunidade. 

Nas turmas de alfabetização, uma das prioridades é ensinar a ler e escrever convencionalmente e de modo relacionado às práticas sociais, certo? Então, o foco principal de qualquer projeto precisa ser, obrigatoriamente, a análise e a reflexão sobre o sistema de escrita e a aquisição da linguagem usada para escrever. Aliás, trabalhar seguindo os parâmetros dessa modalidade organizativa contribui e muito para que a turma avance. Isso porque, ao definir um tema, o professor assegura o contato dos alunos com determinado grupo de palavras por um tempo. Isso permite criar a familiaridade com os termos e explorá-los bastante com o objetivo de construir novos saberes. Quanto maior a proximidade do estudante com o campo semântico trabalhado e a quantidade de informações adquiridas no contato com outras palavras, mais claras serão as chances de ele analisar as palavras e antecipar o que está escrito. No caso de um projeto sobre princesas, por exemplo, há a certeza de que vocábulos desse universo - como princesa, bruxa e castelo - serão recorrentes, assim como o gênero que costuma ser usado para apresentá-lo: o conto. Além do mais, articular propostas de leitura e escrita em um projeto cria muitas oportunidades para o grupo se vincular de maneira pessoal e compartilhada com fontes informativas (leia o projeto didático). 

O tema do projeto elaborado por Milca dos Santos, educadora da EE Professor João Caetano da Rocha, em Itápolis, a 365 quilômetros de São Paulo, foram receitas tradicionais de Festas Juninas. A atenção dela não estava focada em finalizar o livro com ingredientes e instruções para preparar quitutes de época. O objetivo era fazer com que os alunos do 2º ano aprendessem muito durante o percurso, avançando cada vez mais em direção à escrita alfabética (leia o quadro na página 3), tomando como apoio e referência as palavras próprias daquele assunto e a organização do gênero receita. Essa clareza lhe rendeu o título de Educador Nota 10 do Prêmio Victor Civita em 2009. "Milca soube organizar uma rotina que contemplasse o projeto sem deixar que as etapas de leitura e produção de texto passassem longe das situações de reflexão do sistema de escrita", explica Débora Rana, selecionadora do prêmio e formadora do Instituto Avisa Lá, na capital paulista.

> Ensino Fundamental 1

> Língua Portuguesa

> Alfabetização inicial


O projeto tem de estar a serviço das situações didáticas

Como se sabe, só se aprende a ler e escrever lendo e escrevendo, vendo outras pessoas lerem e escreverem, fazendo tentativas e recebendo ajuda, sempre guiado pela busca do significado ou pela necessidade de produzir algo que tenha sentido. Contemplar o produto final, contextualizando o ensino, é o mais comum em sala de aula ao desenvolver um projeto. Porém essa preocupação só faz sentido se o tema for usado para impulsionar as quatro situações didáticas específicas que proporcionam a análise e a reflexão sobre o sistema de escrita e a aquisição da linguagem usada para escrever. São elas: a leitura pelo professor, a leitura pelo aluno, a escrita pelo aluno e a produção de texto tendo o educador como escriba. Para refletir sobre a escrita, a criança precisa ser desafiada a tomar várias decisões: quais letras usar? Quantas? Em que ordem? Propor que os estudantes escrevam textos conhecidos de memória e leiam o material em voz alta permite ao professor notar como eles relacionam o que dizem com o que escrevem. "Quando apontam as letras que resolveram usar para representar determinados sons, eles revelam os conflitos que têm e o que já dominam", explica Débora. A leitura de textos memorizados ou de assuntos próximos da criança também faz com que ela identifique com mais facilidade o que está registrado e reflita.

Explorar a linguagem usada para escrever pressupõe analisar a língua dentro de sua função comunicativa. Trabalhos em que o professor faz o papel de escriba (as crianças ditam e ele escreve no quadro) favorecem o desenvolvimento de noções sobre o procedimento usado por escritores experientes: planejar, pensar no destinatário e revisar até que seja alcançada a versão final. 

Os estudantes também pensam sobre a linguagem própria da escrita quando têm a oportunidade de ler materiais de gêneros diferentes e notam suas características, reconhecendo as expressões usadas para começar e terminar um conto de fadas ou sabendo que nos jornais vão encontrar textos diferentes dos livros, que são as notícias e os artigos.

De olho em todos e em cada um

Milca dos Santos é professora da turma de 2º ano na EE Professor João Caetano da Rocha, em Itápolis. Ela leciona há 18 anos, desde que concluiu o Magistério. Anos depois, se graduou no Normal Superior e segue até hoje fazendo cursos de formação continuada. "A cada dia, tenho mais certeza de que sempre aprendo mais porque vejo como todos os estudantes, sem exceção, apresentam avanços mês a mês", comenta orgulhosa. 

Objetivo 
Organizar uma rotina de trabalho para que todos os alunos conquistassem, cada um no seu ritmo, avanços expressivos na aquisição das habilidades leitora e escritora: esse foi o desafio que Milca impôs a si mesma quando decidiu desenvolver o projeto didático sobre receitas de festas juninas. Com a maior parte dos estudantes ainda não alfabetizada plenamente e muitos deles filhos de pais analfabetos, ela montou maletas com livros, jornais, revistas e gibis para as crianças levarem para casa e tomarem apreço pelo material escrito. "Como elas entrariam em contato com o mundo dos textos e se interessariam por ele se não o conhecessem?", questiona. 

Passo a passo 
Para organizar as etapas do projeto e as demais atividades da rotina de alfabetização, no início do ano letivo Milca fez um ditado para diagnosticar o que cada criança já sabia sobre leitura e escrita. Ao analisar os registros um a um, concluiu que era importante reservar momentos diários para ler para os alunos e intervalos semanais para ser a escriba de textos ditados por eles e para propor atividades em que pudessem ler e escrever em duplas ou individualmente. Com base nesse esquema de tempo, ela determinou quando e quais atividades do projeto deveriam ocorrer. 

Avaliação 
Durante todo o processo, Milca acompanhou os avanços e as dificuldades de todos em uma série de situações avaliativas. A cada um ou dois meses, fazia novos diagnósticos e sempre propunha que os estudantes lessem e analisassem o que compreendiam em textos diversos. No momento em que era a escriba, observava as contribuições que as crianças traziam e as competências que demonstravam. "Anotava tudo o que ocorria nas aulas e fazia o histórico dos trabalhos das crianças. Assim, percebia os avanços e as necessidades, ajudando principalmente os que mais precisavam", diz a educadora. Ela também fotografou atividades para acompanhar o desempenho de todos.

Articular as atividades para ensinar melhor


O tempo - como descreve a educadora argentina Delia Lerner no livro Ler e Escrever na Escola: O Real, o Possível e o Imaginário - é um fator de peso na Educação: é escasso em relação à quantidade de conteúdos fixados no programa e parece nunca ser suficiente para comunicar às crianças tudo o que é importante. 

Por isso, trabalhar com turmas de alfabetização requer uma atenção especial para que os objetivos do projeto sejam cumpridos com clareza (o que significa fazer as crianças avançarem na escrita e na leitura, independentemente do produto final). É necessário ainda que a rotina seja organizada com clareza e variedade para fazer das aulas momentos muitos produtivos. Sim, os projetos não se bastam, embora contemplem dois eixos tão importantes, como a aquisição do sistema de escrita e a ref lexão sobre a língua. É fundamental, então, também organizar momentos de leitura e escrita diários (as chamadas atividades permanentes) e boas sequências didáticas (propostas de trabalho com ordem crescente de dificuldade). "Quando planejadas e trabalhadas de modo coordenado, as três modalidades organizativas proporcionam desafios diferentes, porém complementares", defende Débora. E mais: elas tornam possível a retomada dos conteúdos em diferentes oportunidades e com bases em perspectivas diversas.

Quer saber mais?
CONTATOS 
Débora Rana 
EE Professor João Caetano da Rocha, tel. (16) 3265-3140 
Milca dos Santos 

BIBLIOGRAFIA 
Estratégias de Leitura
, Isabel Solé, 194 págs., Ed. Artmed, tel. 0800-703-3444, 54 reais 
Ler e Escrever na Escola: O Real, o Possível e o Necessário, Delia Lerner, 128 págs., Ed.
Artmed, 37 reais